Primeiramente vamos explicar de forma bem simplificada o conceito da Síndrome do Impostor, que é a dificuldade de reconhecer suas competências, habilidades e atribuir seu sucesso ou conquista, à sorte ou outra casualidade.
As pessoas tendem a vivenciar este sentimento no trabalho, mas a síndrome também se manifesta em outros contextos, por exemplo, no convívio social.
Quando falamos da Síndrome do Impostor em mulheres pretas, estamos nos referindo ao impacto do racismo estrutural e o machismo na subjetividade desta população. Vivemos em uma sociedade que possui muitos dispositivos para nos exterminar. O culto da brancura nos faz sucumbir ao desejo do opressor.
A nossa autoestima é destruída pela falta de representatividade e autoconfiança, é demolida pela falta de símbolos relacionados a nossa negritude. Ser mulher preta neste país é trabalhar duas, três vezes mais para provar que temos capacidade e merecemos estar onde estamos.
Ser mulher preta no mercado de trabalho significa ser a melhor o tempo todo. Isso nos desgasta, deprime e adoece.
Sabe aquela voz que diz que você não é boa o suficiente? Por muitas vezes, gera uma sensação de inferioridade e questionamento sobre sua real competência.
Quando ocupamos lugares que foram negados, nos sentimos inseguras, sozinhas e o medo toma conta com o pensamento que "algum momento alguém vai descobrir que sou uma farsa".
Mas como acreditar na nossa capacidade diante desta situação? Como se livrar da sensação de não pertencimento?
Conforme a escritora Grada Kilomba propõe: "precisamos descolonizar o pensamento". Refletir sobre estes discursos das nossas existências que não são nossos e sim do opressor sobre nós. Aceitar elogios, aprender a olhar a nossa existência com mais carinho e autocompaixão, reconhecer e se reconectar com a potência do ser africano!
Pois, somos descendentes de Reis, Rainhas, Escritores, Arquitetos e entre outros símbolos de poder que são invisibilizados e silenciados nesta sociedade.
Quem é Noemi Machado?
Noemi Machado é moradora de Santana de Parnaíba, psicóloga formada pelo Centro Universitário Paulistano (UNIPAULISTANA), atua com psicóloga clínica. Experiencia de cinco anos com programa de Diversidade & Inclusão, coordenação de atividades com foco no acolhimento das diferenças no contexto empresarial, expertise em treinamento com ênfase na inclusão social (pessoa com deficiência, comunidade LGBTQI+, negros e mulheres).
Texto originalmente publicado no site Canto do Baobá
As pessoas tendem a vivenciar este sentimento no trabalho, mas a síndrome também se manifesta em outros contextos, por exemplo, no convívio social.
Quando falamos da Síndrome do Impostor em mulheres pretas, estamos nos referindo ao impacto do racismo estrutural e o machismo na subjetividade desta população. Vivemos em uma sociedade que possui muitos dispositivos para nos exterminar. O culto da brancura nos faz sucumbir ao desejo do opressor.
A nossa autoestima é destruída pela falta de representatividade e autoconfiança, é demolida pela falta de símbolos relacionados a nossa negritude. Ser mulher preta neste país é trabalhar duas, três vezes mais para provar que temos capacidade e merecemos estar onde estamos.
Ser mulher preta no mercado de trabalho significa ser a melhor o tempo todo. Isso nos desgasta, deprime e adoece.
Sabe aquela voz que diz que você não é boa o suficiente? Por muitas vezes, gera uma sensação de inferioridade e questionamento sobre sua real competência.
Quando ocupamos lugares que foram negados, nos sentimos inseguras, sozinhas e o medo toma conta com o pensamento que "algum momento alguém vai descobrir que sou uma farsa".
Mas como acreditar na nossa capacidade diante desta situação? Como se livrar da sensação de não pertencimento?
Conforme a escritora Grada Kilomba propõe: "precisamos descolonizar o pensamento". Refletir sobre estes discursos das nossas existências que não são nossos e sim do opressor sobre nós. Aceitar elogios, aprender a olhar a nossa existência com mais carinho e autocompaixão, reconhecer e se reconectar com a potência do ser africano!
Pois, somos descendentes de Reis, Rainhas, Escritores, Arquitetos e entre outros símbolos de poder que são invisibilizados e silenciados nesta sociedade.
Quem é Noemi Machado?
Noemi Machado é moradora de Santana de Parnaíba, psicóloga formada pelo Centro Universitário Paulistano (UNIPAULISTANA), atua com psicóloga clínica. Experiencia de cinco anos com programa de Diversidade & Inclusão, coordenação de atividades com foco no acolhimento das diferenças no contexto empresarial, expertise em treinamento com ênfase na inclusão social (pessoa com deficiência, comunidade LGBTQI+, negros e mulheres).
Texto originalmente publicado no site Canto do Baobá